Meu cravo, meu cheiro, meu peixe voador,
Eis-me, aqui, então, mais de vinte anos depois... pode alguém re-apaixonar? Sei, não. Coisa doida. Dia desses, noite chata, TV ligada... uma chamada de programa, dois nomes conhecidos, mas pouco lembrados nos meus últimos tempos. Meu Deus, que saudade, quanto tempo! Quanto mesmo? Época de faculdade, bicudos tempos... final de ditadura, à beira da re-democratização(?) e a gente ouvia MPB até mesmo como “prova” de cidadania e patriotismo. A gente tentava (ainda) entender as letras do Chico e se imaginava – como quase todo estudante de jornalismo da época – que o nosso trabalho seria alicerçar – com muita informação “consciente” – um novo tempo. Não sei bem que novo tempo construímos nessa última vintena... Mas eu lembro bem de sua figura: baiano – que eu pensava mineiro – cabeludo, com sorriso de Mona Lisa. Isso tudo me atraía secretamente, mas eu resistia à tentação... Não, meu superego duro de interiorana modesta e católica revidava que homem mesmo tinha que usar cabelo curto, roupa adequada e, de preferência, ter ambição bem definida: trabalhar muito, ganhar dinheiro, casar, ter filhos... Você era exótico demais pra mim que – ousadia! - escolhera uma profissão “muito diferente” para o padrão da família... Minha decisão de sair de casa para estudar e trabalhar - aos quinze! – já me parecia rebeldia bastante... Mas meu olho esticava – compriiido – para a tela da tevezinha (casa de recém-formada) quando sua figura ousava me aparecer num Som Brasil ou algo assim: bo-ba-gem, eu teimava comigo mesma, mas o pé, animado, acompanhava o ritmo de Sobradinho....
Eis-me, aqui, então, mais de vinte anos depois... pode alguém re-apaixonar? Sei, não. Coisa doida. Dia desses, noite chata, TV ligada... uma chamada de programa, dois nomes conhecidos, mas pouco lembrados nos meus últimos tempos. Meu Deus, que saudade, quanto tempo! Quanto mesmo? Época de faculdade, bicudos tempos... final de ditadura, à beira da re-democratização(?) e a gente ouvia MPB até mesmo como “prova” de cidadania e patriotismo. A gente tentava (ainda) entender as letras do Chico e se imaginava – como quase todo estudante de jornalismo da época – que o nosso trabalho seria alicerçar – com muita informação “consciente” – um novo tempo. Não sei bem que novo tempo construímos nessa última vintena... Mas eu lembro bem de sua figura: baiano – que eu pensava mineiro – cabeludo, com sorriso de Mona Lisa. Isso tudo me atraía secretamente, mas eu resistia à tentação... Não, meu superego duro de interiorana modesta e católica revidava que homem mesmo tinha que usar cabelo curto, roupa adequada e, de preferência, ter ambição bem definida: trabalhar muito, ganhar dinheiro, casar, ter filhos... Você era exótico demais pra mim que – ousadia! - escolhera uma profissão “muito diferente” para o padrão da família... Minha decisão de sair de casa para estudar e trabalhar - aos quinze! – já me parecia rebeldia bastante... Mas meu olho esticava – compriiido – para a tela da tevezinha (casa de recém-formada) quando sua figura ousava me aparecer num Som Brasil ou algo assim: bo-ba-gem, eu teimava comigo mesma, mas o pé, animado, acompanhava o ritmo de Sobradinho....
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